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***AVISO DE GATILHO***

O texto abaixo pode conter gatilhos para pessoas que enfrentam transtornos mentais.

Todos os anos, muitas pessoas ouvem falar sobre o tal Setembro Amarelo, principalmente nas redes sociais. Mas, infelizmente, muitas delas ainda não sabem o verdadeiro significado e importância dessa campanha para a saúde pública. Pensando nisso, a Fórmula & Cia preparou este conteúdo para te ajudar a entender melhor sobre o tema.

O que é Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é uma campanha que acontece todo mês de setembro, desde 2014, e é dedicada à prevenção ao suicídio, um problema de saúde pública que ainda é considerado um grande tabu social e, portanto, pouco discutido entre as pessoas. Todos os anos, mais de 13 mil pessoas cometem suicídio no Brasil. No mundo, esse dado chega a mais de 1 milhão. Na maior parte dos casos, esses números dizem respeito aos jovens.

Criado em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Setembro Amarelo tem como principal objetivo prevenir o suicídio e conscientizar as pessoas de que esse assunto merece ganhar cada vez mais visibilidade para que o número de casos diminua. O dia 10 de setembro é considerado, oficialmente, o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio.

Cerca de 96% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais (depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias). Portanto, falar sobre eles também é uma forma de levar o propósito do Setembro Amarelo adiante. Apesar de fazer mais de 300 anos que doenças como a depressão são consideradas doenças de fato - e não manifestações com caráter sobrenatural -, há ainda muitas pessoas resistentes a levá-la a sério, associando-a a ‘’frescura’’, ‘’fraqueza’’ e até ‘’falta de fé’’.

Em casos mais graves, a depressão pode ser uma das razões pela qual pessoas podem tirar suas próprias vidas. Alguns de seus principais sintomas são a tristeza constante e a apatia persistente. Por isso, é impossível falar sobre Setembro Amarelo e prevenção ao suicídio sem falar sobre depressão.

Depressão é coisa séria

O Setembro Amarelo acredita que a melhor forma de reduzir os casos de suicídio no mundo é falando e discutindo sobre o tema. Durante todo o mês de setembro, ações são realizadas pelo Brasil a fim de trazer luz à pauta e instigar que cada vez mais pessoas falem abertamente não só sobre o suicídio, mas também sobre os transtornos que podem levar uma pessoa até ele, como é o caso da depressão. Dessa forma, mais pessoas que sofrem com isso vão se sentir à vontade para buscar ajuda e mais pessoas que convivem com pessoas depressivas conseguirão identificar que elas precisam de ajuda.

A depressão é um transtorno mental que afeta cerca de 10% da população mundial. Ela caracteriza-se por promover o sentimento de tristeza e/ou apatia e desinteresse em atividades e momentos que, anteriormente, costumavam te dar prazer. Ela também pode levar uma pessoa a uma grande variedade de problemas físicos e emocionais, alterando a sua capacidade de realizar atividades cotidianas, como dormir, se alimentar e trabalhar.

Ela pode afetar qualquer pessoa, mesmo as que você julga alegres, e pode estar ligada a diferentes fatores: químicos, genéticos, ambientais e de personalidade.

Em tempos de pandemia

Segundo a OMS, o risco de desenvolver depressão é maior em situações como pobreza, desemprego, separação, morte de uma pessoa querida ou abuso de álcool e drogas. Ao longo da pandemia da covid-19, todos esses problemas foram enfrentados pelas pessoas e as relações sociais tornaram-se ainda mais desafiadoras. Muitos se viram desempregados e em situações de vulnerabilidade causadas pelo isolamento social.

Além disso, a pandemia do coronavírus já soma mais de 500 mil mortes só no Brasil, portanto, muitas famílias tiveram que enfrentar grandes perdas. Diante desse cenário (que ainda estamos enfrentando), profissionais da área da saúde viram-se ainda mais preocupados com a saúde mental das pessoas, que passou a ser comprometida diariamente devido à sensação de medo, tristeza e impotência diárias.

Como ajudar

Quando falamos em depressão, não há um exame capaz de nos dar o diagnóstico da doença. Ele é feito de maneira clínica através do acompanhamento do paciente e de suas queixas, além de considerar seu histórico familiar. Os sintomas da depressão variam muito de acordo com a gravidade do transtorno e se ele está associado a outras condições, como ansiedade, sintomas obsessivos ou psicóticos.

Vale destacar que, ainda que a tristeza seja uma característica comum de pessoas depressivas, alguém que você considera extremamente alegre também pode estar enfrentando a doença, pois há muitos níveis dela. Além disso, não sabemos a realidade dos outros por completo. Muitas pessoas sentem vergonha por estarem depressivas e evitam demonstrar qualquer comportamento que revele que elas possuem o transtorno.

Portanto, a conscientização é a chave para que cada vez mais indivíduos entendam como a depressão age no dia a dia e na saúde mental, ajudando a identificar quem ao seu redor pode estar sofrendo com ela para que você possa prestar o apoio necessário, o que pode evitar muitos casos de suicídio.

Caso identifique que uma pessoa querida possa estar com depressão, você pode indicar que ela procure um psiquiatra para que o diagnóstico possa ser realizado. Psicólogos, clínicos gerais e médicos de família também podem avaliar previamente o paciente e encaminhá-los ao atendimento psiquiátrico, caso identifiquem a necessidade.

Outra dica é se colocar à disposição, oferecendo o seu tempo para ouvir atentamente o que essa pessoa tem a dizer sobre tudo o que está enfrentando, livre de julgamentos. Você também pode: conversar com familiares e amigos dessa pessoa para, juntos, oferecerem o melhor auxílio possível; demonstrar preocupação e ter respeito pelo seu sofrimento; questionar sobre tentativas de suicídio para identificar se o caso é grave. Caso ela te peça uma ajuda mais prática, você pode marcar uma consulta com um profissional e orientá-la sobre quais passos seguir a partir de agora.

Importante: nem todas as pessoas que pensam em tirar a própria vida dão sinais disso, mas é possível estar em alerta para alguns dos mais comuns: frases pessimistas, isolamento, agressividade, mudança repentina de comportamento, passividade e agitação extrema.

Como pedir ajuda

Se você está enfrentando um quadro depressivo e sente/já sentiu vontade de tirar a própria vida, procure imediatamente apoio psicológico. Você não precisa lidar com esse problema sozinho, portanto, busque alguém da sua confiança para compartilhar os seus sentimentos e peça que essa pessoa te acompanhe durante os próximos passos.

Outra dica essencial é contar com o apoio do trabalho de lugares como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio e auxílio emocional de maneira gratuita, sigilosa e 24 horas, seja através do chat ou por telefone. Você pode ligar e conversar com pessoas que estão prontas para te ouvir e te orientar da melhor maneira possível. Clique aqui para ser direcionado ao site oficial deles.

O preconceito e o tabu que permeiam as pautas do suicídio e de transtornos mentais como a depressão acabam por dificultar o processo de evitar que mais pessoas tirem suas vidas. Quanto mais falarmos sobre esses assuntos, mais conscientes estaremos e mais pessoas poderão ser ajudadas, e esse é o principal fim do Setembro Amarelo. Acesse o site oficial do Setembro Amarelo para mais informações sobre a campanha.

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Fórmula & Cia

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